Quando se fala em elegância, a falsa crença logo traz a mente roupas chiques, vestimentas caras, sapatos de marca, joias raras e acessórios belíssimos. Mas elegância, em qualquer lugar, e principalmente no mundo corporativo é muito mais que isso.
Como engenheiro de produção, trabalhei a maior parte de minha vida profissional em empresas metalúrgicas, com processos produtivos pesados, com ruídos e insalubridade como caldeiraria, tratamento superficial, pintura, fundição, entre outros.
E tive a graça de encontrar muitos encarregados, supervisores e gerentes de produção extremamente elegantes, por mais impróprio ou paradoxal que possa parecer,em virtude do ambiente onde isso ocorria.
Mas um chefe, em especial, permanece em minha lembrança. Era Supervisor de Produção de Tratamento Térmico. Um engenheiro de 55 anos, tecnicamente muito bem qualificado, que resolveu diversos problemas de processo na empresa. E, somado a isso, era extremamente simples e educado com todos, tratava a todos do mesmo modo, desde a faxineira até ao diretor industrial, com fala firme, mas calma e serena, roupas adequadas ao ambiente fabril e comportamento exemplar, sem fofocas e gritos e berros.
Recordo-me, de sempre, cumprimentar a todos, levantar-se para buscar seu próprio café, chamar a faxineira para atender o telefone, muitas vezes almoçar com seus funcionários ao invés dos seus pares, ser um chefe discreto e on the ball no chão de fábrica quanto a situação requeria
São gestos simples, diários, rotineiros, que não requerem custo algum, e que trazem elegância, gentiliza e o lado bom da humanização para as empresas, que de bojo ganham mais competitividade.
Josadak Marçola