José da Silva era um marceneiro, e dos bons, como afirmavam seus colegas de trabalho. Havia 15 anos que trabalhava numa mesma empresa – a Móveis Morumbi – uma empresa especializada em fabricar móveis de luxo, de acabamento requintado, na cidade de Mirassol.
Ocorre que, por motivos externos, alheios a vontade, a empresa decidiu mudar de localidade, concentrando toda a sua produção na outra unidade da companhia, situada a 400 km de distância.
Como era excelente funcionário, José da Silva foi convidado para trabalhar na outra unidade. Porém, sua mulher era funcionária concursada do Fórum da cidade de Mirassol, possuindo estabilidade de emprego.
Decidiu, então, utilizar as verbas rescisórias, para abrir uma empresa própria, aproveitando a oportunidade de negócio que o momento oferecia. Qual empresa José da Silva abriu? Como a grande maioria dos empreendedores iniciantes, criou uma empresa atrelada diretamente aos produtos, serviços e processos que estava acostumado a fazer. Então inaugurou uma marcenaria, que no início, resumia-se a uma portinha que permitia acesso ao quintal de sua residência.
No começo, ele executava todas as operações: comprar, pagar, faturar, receber, fabricar, montar, orçar, entre outras.
Como José da Silva interpretava bem as necessidades dos clientes, transformando-as com excelência em produtos acabados (móveis), além de ser simpático e atencioso, a empresa prosperou. Cresceu rapidamente.
Logo, José da Silva, contratou dois funcionários, que realizavam as operações de fabricação e pré-montagem. As demais atividades da empresa, como orçar, comprar, receber, pagar e instalar, ainda eram de responsabilidade do nosso empreendedor.
Num próximo ciclo, com crescimento frequente, constante e acelerado, José da Silva, contratou mais 10 colaboradores. Deixou de orçar e instalar os móveis. Alugou um pequeno barracão industrial e mudou a sede da empresa.
Passados cinco anos, a empresa de José da Silva tinha em seus quadros 180 colaboradores.
Os problemas, que antes também existiam, mudaram de natureza, aumentaram sua complexidade e demoravam mais tempo para serem resolvidos.
José da Silva, perguntava-se: “Mas afinal o que esta acontecendo?. Temos um bom produto, suportado por uma boa tecnologia de produto (projeto) e adequada tecnologia de processo (como fazer), muitos pedidos em carteira e estamos no vermelho!” Por que o caixa esta sempre negativo? Por que costumeiramente eu tenho que efetuar empréstimos bancário para sustentar a operação de minha empresa.
Dirigir uma empresa é similar a pilotar um avião. Pilotar um ultra-leve é completamente distinto de pilotar um Boeing 747 ou um Airbus 380. São conhecimentos, habilidades e atitudes diferentes, com uma tecnologia de gestão aderente ao cenário e compatível com a complexidade da tecnologia de produto e tecnologia de processo existente.
Nesse momento de transição, de crescimento, de mudança de patamar produtivo e competitivo, as empresas apresentam uma série de problemas, com dificuldade de transpô-las, por relutância em alterar o modelo e a tecnologia de gestão e tecnologia de informação, e em alguns casos caindo em recuperação judicial e/ou falência.
Se você é empresário reflita sobre este fato. Ter bons produtos, processos produtivos e serviços não é garantia de sucesso.
Josadak Marçola
#tecnologiadegestao